segunda-feira, 9 de maio de 2011

Ratos na Imprensa.

10:25 h 18 de fevereiro - Brasília- DF
Marcus Venner acordou sobressaltado. Dormira na sala do apartamento de um repórter da rádio Senado de Brasília que saíra da reunião da noite anterior na sede do PMDB e que o chamara para tomar uma cerveja. Lembrava que o colega tinha dado informações preciosas sobre a agenda do candidato do partido e pretendia seguir de perto todos os passos. A posse seria daqui a um mês aproximadamente e estes últimos momentos de ditadura eram notícia para todo o mundo, não podia perder nem um movimento sequer ou estaria na mesmice. Estas notícias seriam a tônica da imprensa mas era nos detalhes que estavam as boas matérias. Contara ao colega que estava hospedado com um amigo da redação mas como estava já amanhecendo resolveu aceitar o convite e se acomodou no sofá da sala. Estava todo torto é verdade, mas conseguira descansar o suficiente para sair na cola da comitiva do futuro presidente da república. O dia na capital federal estava limpo e bonito, apenas o ar seco deixava uma sensação incomoda na garganta. Pegou um táxi e seguiu para o restaurante onde aconteceria o encontro dos membros do futuro governo. As informações que recebera e o acordo que fizera na noite anterior era de ter acesso aos passos do futuro presidente até a posse. Em contra partida estaria enviando as matérias para a redação com exclusividade para publicação conforme aprovação dos assessores. Para Marcus aqueles assessores pareciam mais um cardume de peixes seguindo o líder. Era só o chefe mudar de direção para que vinte ou trinta acompanhantes imediatamente também mudassem para a mesma direção. Parecia que ninguém tinha vontade própria. Puxa saco era o que mais se via na comitiva, todos querendo ficar mais próximo do chefe na esperança de sobrar alguma boquinha ou cargo. Mas Marcus continuava achando estranho tudo estar dando certo para o candidato a presidência. Pelo conhecimento da história do Brasil e seus momentos negros de ditadura não conseguia entender como foi possível chegar até aquele ponto. Tudo bem, pensou, melhor assim. E se realmente tudo der certo melhores dias virão. Esta era a esperança de muitos brasileiros.

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